O Iraque – História
História Antiga
Na pré-história, a região da Mesopotâmia, situada entre os rios Tigre e Eufrates, esteve sob domínio de diversas civilizações. Em aproximadamente 4000 A.C., o território pertencia aos Sumérios, os quais construíram avançados sistemas de irrigação, desenvolveram a agricultura de cereais, inventaram a mais antiga forma de escrita, um sistema matemático no qual a contagem do tempo como concebida atualmente é baseada, a roda, e o primeiro arado. Ao contrário de seus homólogos egípcios, os quais acreditavam que toda a terra pertencia ao faraó, os sumérios acreditavam em propriedade privada, um conceito ainda importante no Iraque.
Quando ocorreu o colapso da civilização suméria em aproximadamente 1700 A.C., o rei Hamurabi assumiu a região e a nomeou como Babilônia. Hamurabi, um grande líder conhecido por criar o primeiro código legal escrito da História, uniu os assírios e os babilônios, de modo a conviverem harmonicamente. Após muitas mudanças de poder, Nabucodonosor II governou entre 604 e 562 A.C. e restabeleceu a antiga glória da Babilônia, a qual se tornou a cidade mais famosa do mundo, abrigando os famosos Jardins Suspensos da Babilônia.
Em 323 A.C. a Babilônia tornou-se parte do Império Persa e assim permaneceu até que os árabes muçulmanos o tomaram em 634 D.C.. Em 762 D.C. a capital Bagdá foi fundada, tornando-se um importante centro comercial, cultural e educacional. Ela ligava o comércio da Ásia com os países mediterrâneos, recebendo assim visitantes, acadêmicos e comerciantes de todo o mundo e produzindo trabalhos filosóficos e científicos de pensadores árabes e persas.
História da Idade Média, Moderna e Contemporânea
O Império Otomano conquistou a região mesopotâmica em 1410. Em 1508 os persas, liderados pelo xá Ismail I, o fundador da dinastia dos safávidas, conquistaram a região, iniciando uma série de prolongadas batalhas com os otomanos. Em 1514 o sultão Selim, o Severo, atacou as forças de Ismail e, em 1534, os Otomanos, sob a liderança do sultão Solimão, o Magnífico (ou Suleiman), acabaram por dominar grande parte da região.
O sultão soube conquistar a lealdade das populações fronteiriças e não encontrou resistência em seu ataque decisivo à capital. Os safávidas, sob a liderança do xá Abbas, recapturaram Bagdá e grande parte do atual território iraquiano em 1623, e as manteve até 1638, quando foram expulsos depois de várias manobras militares inteligentes do sultão Murad IV. O atual território do Iraque fez parte do Império Turco-Otomano por quase três séculos.
O maior impacto do conflito entre otomanos e safávidas sobre a história iraquiana foi o aprofundamento das desavenças entre xiitas e sunitas. Otomanos e safávidas usavam, respectivamente, sunitas e xiitas para mobilizar apoio interno. Assim, a população sunita sofreu bastante durante o breve reinado safávida (1623-1638), enquanto que os xiitas foram completamente excluídos do poder durante o longo período da supremacia otomana (1623-1916). Durante o período otomano, os sunitas ganharam experiência administrativa que lhes permitiu monopolizar o poder no século XX. Eles foram hábeis em se aproveitar das oportunidades econômicas e educacionais enquanto os xiitas, marginalizados do processo político, permaneceram politicamente impotentes e economicamente deprimidos.
De 1638 até a primeira guerra mundial, o território iraquiano fez parte do império turco-otomano. Quando o Império Otomano sucumbiu, após o término da guerra, a Liga das Nações atribuiu à Inglaterra a administração da Mesopotâmia. O Iraque moderno surgiu em 1920, quando os britânicos definiram o território iraquiano, dando pouca atenção às fronteiras naturais e divisões étnicas. Eles estabeleceram uma estrutura institucional para o governo e a política, a qual incluía a instalação de uma monarquia e influenciava a constituição.
Em 14 de julho de 1958 a monarquia foi derrubada e o Iraque foi declarado uma República. Os anos posteriores foram seguidos por muita instabilidade política. Em 17 de julho de 1968, um novo golpe de Estado introduziu o partido Baath ao poder, governando o país até 2003, ano em que, com a queda do governo e o término do embargo econômico, foi instaurado um governo provisório sob tutela dos EUA.